Entenda o que é um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e qual o seu papel nas operações de antecipação de recebíveis. Além disso, entenda as vantagens que a sua empresa pode alcançar ao realizar esse tipo de operação junto a um FIDC.
Imagine um cenário com três elementos: de um lado, temos uma empresa que necessita de capital de giro e busca maneiras saudáveis de levantar esses recursos no curto prazo, tanto para arcar com despesas operacionais quanto para aproveitar oportunidades de negócio.
Do outro lado, temos os clientes dessa empresa, interessados em comprar, mas que para isso, precisam de flexibilidade nos pagamentos. Eles aceitam fechar o negócio, desde que possam contar com condições diferenciadas de parcelamento, que em alguns casos podem compreender vários meses de prazo total.
Além desses dois primeiros, temos investidores que querem aplicar seus recursos em ativos financeiros que tragam um retorno financeiro interessante. É nesse momento que surge o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), uma solução financeira que permite que investidores alcancem bons retornos e que empresas vendam de forma parcelada e recebam os valores antecipadamente.
Para explicar o que é um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e qual a sua relação com a antecipação de recebíveis, preparamos este artigo.
Sobre o que estamos falando neste artigo?
- O que é a Antecipação de Recebíveis?
- O que é um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)?
- Qual a relação entre a antecipação de recebíveis e um FIDC?
- Quais as vantagens de antecipar recebíveis via FIDC?
Leia também — Como fazer uma gestão eficiente do fluxo de caixa da sua empresa?
O que é a Antecipação de Recebíveis?
A antecipação de recebíveis é uma estratégia financeira utilizada por muitas empresas para obter recursos de forma antecipada, em relação aos pagamentos que irão receber futuramente. Ela é ideal para quando se precisa reequilibrar o fluxo de caixa.
Nesse tipo de operação financeira, a empresa vende seus direitos creditórios a uma instituição financeira ou fundo de investimento antes do seu prazo de vencimento. Esses direitos creditórios podem incluir faturas, duplicatas, cheques pré-datados, entre outros.
Ao realizar essa venda, a empresa recebe imediatamente uma parte do valor total desses recebíveis, em vez de aguardar o pagamento pelos clientes nas datas de vencimento.
Entendendo a antecipação de recebíveis na prática
Para você entender melhor, ilustraremos com um exemplo prático de como funciona:
Suponha que uma empresa de confecção tenha vendido um grande venda para uma rede de lojas, com pagamento parcelado em três vezes com vencimento em 30, 60 e 90 dias. O valor total da venda é de R$ 150.000,00, dividido em três parcelas iguais de R$ 50.000,00 cada.
No entanto, essa mesma empresa recebeu um novo pedido de outra rede de lojas, mas está sem matéria-prima e recursos disponíveis em caixa para atender esse pedido. Ou seja, a empresa precisa urgentemente de capital de giro e, para isso, decide que, em vez de esperar três meses para receber todo o valor da última venda, irá antecipar esses recebíveis.
A empresa busca um parceiro financeiro que ofereça serviços de antecipação de recebíveis.
Após análise dos documentos e aprovação da operação, a empresa consegue antecipar 100% do valor, ou seja, R$ 150.000,00. Para isso, esse parceiro financeiro cobra uma taxa de antecipação, considere que essa taxa seja 1,7% sobre o valor antecipado.
Simplificando o cálculo e desconsiderando outros custos adicionais que podem incidir nesse tipo de operação, a empresa recebe imediatamente R$ 150.000,00 – R$ 5.100,00 (deságio), totalizando R$ 144.900,00 em recebíveis antecipados.
Agora, a empresa pode utilizar esse montante para negociar a compra à vista de matéria-prima junto aos seus fornecedores, conseguindo barganhar melhores preços e, assim, aproveitar as oportunidades de negócio que surgiram nesse momento.
No futuro, quando as parcelas antecipadas vencerem, o parceiro financeiro é quem receberá diretamente do cliente da confecção as quantias correspondentes, descontando o valor antecipado mais os demais custos associados da operação de antecipação.
Dessa forma, a antecipação de recebíveis permite que a empresa tenha acesso rápido a capital de giro, melhore seu fluxo de caixa e sua capacidade de investimento e crescimento.
É uma estratégia financeira eficiente, especialmente em períodos de necessidade de recursos imediatos ou de oportunidades de negócio que demandem investimento rápido.
Se você quer conhecer todos os detalhes desse tipo de operação, não deixe de ler o artigo Antecipação de Recebíveis: entenda o que é e como ela funciona, onde detalhamos tudo.
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O que é e como funciona um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)?
Um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é um veículo de investimento coletivo que tem como objetivo principal adquirir direitos creditórios, como mencionado anteriormente, provenientes de operações realizadas por empresas de diversos segmentos.
Eles são classificados como ativos de renda fixa que consistem na conversão de dívidas, como duplicatas e cheques pré-datados, por exemplo, em títulos de crédito repassados a investidores em busca de rentabilidade. Os FIDC’s são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e funcionam sob a gestão de uma gestora.
O objetivo de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é adquirir uma carteira de crédito que possa gerar diversificação de investimentos e alta rentabilidade.
Na prática, quando o investidor aplica em um FIDC, ele está fornecendo recursos para que as empresas possam antecipar os pagamentos que têm a receber. Em contrapartida, esse investidor recebe seu dinheiro de volta com uma taxa de juros, sendo esse o seu lucro.
Como funciona um fundo de investimento em direitos creditórios
De maneira simplificada, imagine que uma gestora de investimentos crie um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), capte dinheiro com investidores interessados nesse tipo de ativo e comece a adquirir direitos creditórios de indústrias e distribuidores.
Nesse modelo, esse FIDC, por meio de sua gestora, irá oferecer seus serviços para empresas que vendem produtos a prazo para seus clientes e possuem recebíveis a receber no futuro, como duplicatas, com o objetivo de construir uma carteira de crédito rentável.
Por exemplo, imagine uma empresa que possui R$ 1.000.000,00 em recebíveis de vendas com prazo de vencimento em 30 dias. Essa empresa precisa levantar capital de giro imediato, por isso, entra em contato com esse FIDC, que oferece antecipar esse valor, com um fator de deságio de 2%.
A empresa aceita a proposta e vende seus recebíveis ao FIDC. O deságio de 2% representa um valor de R$ 20.000,00 (2% de R$ 1.000.000,00), que é o custo da operação. Assim, a empresa recebe R$ 980.000,00 (R$ 1.000.000,00 – R$ 20.000,00) de forma antecipada.
Quais os demais custos envolvidos nesse tipo de operação?
É importante destacar que, em geral, os custos da operação podem variar, pois cada fundo possui diferentes taxas e tarifas envolvidas. As principais e de uso mais comum são:
Fator de Deságio
O fator é a taxa referencial para remuneração do FIDC que está comprando o seu título de crédito. Esta taxa normalmente é pré-acordada entre a empresa e a instituição financeira, sendo expressa em % a.m., sendo calculada proporcionalmente aos dias entre a antecipação do recebível e a data efetiva de liquidação do título de crédito.
Taxa de Abertura de Crédito (TAC), Custo de Borderô (CDB) ou Tarifa de Borderô
Essa taxa é um valor fixo cobrado para cada operação de desconto realizada, independente da quantidade de títulos presentes, referente ao processamento das operações financeiras.
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Consultas ao SPC, Serasa, Boa Vista e outros
Essa é uma tarifa cobrada por cada cliente consultado nas operações de crédito, referente à análise de crédito para verificar informações sobre a situação financeira deles, incluindo seu histórico de pagamentos, restrições de crédito e score de crédito, por exemplo.
Tarifa de Emissão de Título
A tarifa de emissão de título pode ser cobrada por cada título de crédito e justifica-se pela necessidade da emissão de novos boletos e/ou custódia de cheques, por exemplo.
Outros valores adicionais
Alguns FIDC’s podem cobrar valores adicionais, justificando-se pela necessidade de custear a prestação dos serviços. Por exemplo, como a antecipação de recebíveis com FIDC não possui a incidência de IOF, algumas instituições acabam adicionando um “ad valorem” no mesmo percentual que seria do IOF, apenas para aumentar seu ganho líquido.
Com a operação concluída, o FIDC é quem detém os direitos creditórios e passa a receber diretamente dos clientes da empresa as parcelas antecipadas. Assim, se os clientes da pagarem as parcelas corretamente, ele receberá R$ 1.000.000,00 ao fim do período.
Os investidores do FIDC são chamados de cotistas, eles aplicam seu dinheiro no fundo esperando obter rendimento sobre os direitos creditórios. A gestora é responsável por administrar o fundo e distribuir os rendimentos aos cotistas conforme o desempenho.
Qual a relação entre a antecipação de recebíveis e um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)?
A relação entre a antecipação de recebíveis e um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) está na forma como as empresas podem acessar recursos de forma ágil e eficiente. Ao antecipar seus recebíveis via FIDC, as empresas conseguem obter capital de giro, melhorando sua capacidade financeira e possibilitando investimentos em crescimento.
Como explicamos, a antecipação de recebíveis refere-se à prática em que uma empresa vende seus direitos creditórios futuros, como duplicatas ou cheques pré-datados, a uma instituição financeira, recebendo assim o valor correspondente de forma antecipada.
O FIDC, por outro lado, entra nesse contexto como um veículo de investimento que investe exclusivamente em direitos creditórios. Atuando com a antecipação de recebíveis ele tem uma excelente forma de construir sua carteira de títulos de crédito e obter lucro.
Essa relação beneficia tanto a empresa que antecipa seus recebíveis, obtendo capital de giro imediato para financiar suas operações, quanto o FIDC, que adquire esses ativos financeiros em busca de retorno sobre o investimento nesses títulos de crédito.
Quais as vantagens de antecipar recebíveis via Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)?
Diferentemente das linhas de crédito tradicionais, que resolvem momentaneamente a necessidade de capital de giro, mas podem gerar problemas de endividamento futuros, antecipar recebíveis por meio de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) oferece diversas vantagens para as empresas. Entre as principais, podemos destacar:
Fluxo de caixa antecipado
Ao vender seus direitos creditórios para um FIDC, a empresa recebe o valor correspondente imediatamente, o que pode ser fundamental para cobrir despesas urgentes, investir em novos projetos ou oportunidades de crescimento, ou para melhorar sua saúde financeira.
Redução do risco de inadimplência
Ao antecipar recebíveis, a empresa transfere o risco de inadimplência para o FIDC. Isso é especialmente útil em situações em que há preocupações com a capacidade de pagamento dos devedores. O FIDC, por ser especializado nesse tipo de investimento, geralmente possui estratégias e análises mais robustas para lidar com esse risco e realizar a cobrança.
Não provoca o endividamento
A antecipação de recebíveis via FIDC não gera endividamento direto para a empresa. Ao contrário de um empréstimo tradicional, em que há um compromisso de pagamento futuro, a antecipação de recebíveis é uma transação de venda de ativos financeiros, o que pode ser vantajoso para empresas que desejam evitar aumentos significativos em sua dívida.
Melhora no planejamento financeiro
Antecipar recebíveis permite maior previsibilidade financeira. A empresa pode planejar suas despesas, investimentos e estratégias de crescimento com base nos recursos financeiros disponíveis antecipados, contribuindo para uma gestão mais eficiente e estratégica.
Acesso a recursos para expansão
Com o dinheiro obtido pela antecipação de recebíveis, a empresa pode investir em oportunidades de expansão, como o lançamento de produtos, a entrada em novos mercados, a ampliação da capacidade produtiva, entre outras possibilidades.
Menor dependência de linhas de crédito convencionais
Ao utilizar a antecipação de recebíveis via FIDC, a empresa pode reduzir sua dependência de linhas de crédito tradicionais. Isso é vantajoso em períodos de restrição de crédito ou quando taxas de juros estão altas, proporcionando fonte alternativa de financiamento.
Possibilidade de negociação de condições
Dependendo da relação com o FIDC e do volume de recebíveis a serem antecipados, a empresa pode negociar condições mais favoráveis, como taxas de desconto mais atrativas e limites flexíveis. Isso contribui para maximizar os benefícios da antecipação de recebíveis.
Esse tipo de operação pode ser uma excelente fonte alternativa de financiamento, trazendo vantagens significativas, como a redução de riscos, melhorias no planejamento financeiro e acesso a recursos para expansão, sem aumentar diretamente o endividamento da empresa.
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